sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Para meu, o seu, o nosso bem.

E aqui estou eu, mais uma vez, entregue ao desespero. 
Por que nós brigamos? Por que você sempre me diz coisas duras? Não é que eu seja uma pessoa sensível ao extremo, pelo contrário. Mas é complicado morar, conviver com alguém que não saber ter uma palavra doce, um elogio ou algo do tipo. É claro que eu faço minhas merdas, mas porra, todo mundo faz! E o mundo inteiro é feito de merdas e de merdas e de merdas. Quando eu acerto você reconhece? 
Você, por um acaso, já pensou em como foi difícil vir para cá? Cara, eu mudei minha vida inteira!! Eu troquei pessoas, hábitos, costumes, abraços e, comodidades, sim, por nada. Quer dizer, nada de começo, porque agora eu vejo o quanto ganhei. Foi uma escolha minha e sou muito orgulhosa dela, a faria por mais mil vezes. 
Eu entrei na sua casa e enfie minhas coisas em algum canto. Aprendi a conviver com pessoas que nunca fizeram parte da minha vida diretamente. Aprendi suas regras, as respeitei e nunca, com toda certeza, te faltei o respeito. Nem com você, nem com qualquer um que mora aqui. É difícil ter que entrar em um ritmo que é o oposto do seu, ainda mais quando se está sozinha, sem os pais e os amigos de sempre. Foi tudo uma ebolição na minha vida. Cursinho, pessoas novas, pessoas desagradáveis, conviver com pouco dinheiro, passar um ano e meio sem pegar balada, sem ter namorado e etc. Eu sempre tive muitos mais problemas para lidar além desses de dentro de casa. Mas sempre estive lutando por aqui. Aprendi a comer coisas que vocês gostam, entrei no regime de vocês, aprendi a ouvir calada, aprendi a ter um convívio familiar religioso, aprendi a chegar cedo de qualquer festa, aprendi a sigar tudo de vocês. Passado um ano enfiei minhas coisas em um canto um pouco maior da sua casa. Mas tudo com os seus móveis, sua luz, sua decoração. Nada aqui é meu, nada tem o meu jeito. E onde é o meu lugar preferido? Pois é, justamente esse quarto pequeno que sempre me abriga em noites mal dormidas. 
Eu nunca mais soube como é chegar em casa e jogar a bolsa no sofá, a poder lavar a louça um pouquinho depois, a tomar um banho mais demorado, a ver meu programa favorito sempre que quisesse. Não sei. Mas e aí, foi tudo escolha minha! Eu estou aqui, ainda, vendo onde isso vai dar. 
Claro, eu descobri coisas maravilhosas morando na sua casa. Responsabilidade, altruísmo, pizzas todo sábado a noite, passeios divertidos e muito mais. Você e toda a sua família são pessoas maravilhosas. Devo muito, muito, muito MESMO dessa minha força à vocês. Aquelas conversas longas, aqueles conselhos não poderiam ter sido dados por pessoas melhores que vocês. 
Você só poderia ser um pouco mais sutil e mais leve. As coisas não vão mudar da noite para o dia. Eu não tenho que me adaptar só à vocês, pelo contrário, tenho uma vida toda para ter atenção. Você não sabe da minha faculdade, sabe? Que eu estou sozinha, que não tenho companheiros...sabe? Você sabe da pressão que estou sofrendo para arranjar um emprego ou estágio? (mesmo que seja uma pressão somente minha). Você sabe dos caras que me aparecem e criam confusões na minha cabeça? Não, não sabe... Você sabe dos meus amores mal resolvidos? Não, não sabe... Você sabe da minha amizade que está em crise? Não também. E, você sabe dos problemas que EU tenho comigo mesma?? Não, afinal, isso tudo deve soar como supérfluo para você. Não é. Eu preciso cuidar da minha faculdade, do meu coração, dos meus amigos, da minha vida social... É UMA MERDA! E eu sofro, ah deus, como eu sofro! Escuto coisas difíceis vindas de amigos, de quase amigos, de ex, do cara que gosto e assim por diante. E quando entro em casa o que eu escuto? É. 
Eu to tentando sempre manter o foco e o controle. Seguro a barra legal, ah, como eu seguro.
Veja, eu me esforço e entro na maior pressão do mundo só de pensar em alguma bronca sua. É isso, eu vivo contando cada passo meu para não levar algum esporro. Entenda que eu tive outra criação, meus pais são diferentes de você e da sua esposa. É óbvio que ao chegar aqui as contradições seriam enormes. Por favor, eu aceito todos os seus conselhos, mas não tente intervir grosseiramente nas minhas escolhas e atitudes. Afinal, eu estou aqui para isso: errar, errar e depois acertar! Eu tenho muito mais atitude do que você pode imaginar, sabia? Eu quero trabalhar, quero crescer e todas as coisas que vive me dizendo. Eu quero.

Mas eu te amo tanto. Ainda assim, com essas brigas e diferenças, ah, eu amo você, sua família, sua casa, sua rotina. Fazer o que, acabei pegando tudo pra mim também. E essa proteção que vocês me dão, eu sei, não irei encontrar tão fácil. Eu só queria mais compreensão ou mais aceitação da minha parte, não sei. Talvez os dois estejam errados. 
Poxa, pega leve. 
Preciso me sentir confiante aqui dentro para depois resolver todos os problemas de fora. Só isso.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um pouco de sentimento no cotidiano.


Abre os olhos. Sente dor nas costas, dormiu de maneira errada. Olha para o teto e sente sono. Olha para a janela, como será que está o tempo? De certo feio, pois ouviu umas trovoadas durante a noite. Sente falta de ar. É a alergia e o tempo seco, ô chatice. O ouvido dói. É, a alergia realmente chegou com tudo. Levanta-se e vai ao banheiro. Sente preguiça e vontade de olhar para o espelho durante muito tempo. Anda lentamente para a cozinha. Olha a janela e o tempo feio se confirma. Coloca água para esquentar. Tira os frios da geladeira. Senta-se e pensa na vida. A água ferve. Joga a água quente no coador. Sente o cheiro de café fresquinho. Olha a fumaça. Quase consegue sentir o gosto do café quentinho. Delícia de café. Isso sim é que é manhã. Isso sim é que é felicidade matinal. Toma café. Come pão. Se esquenta. Termina. Coloca tudo de volta em seu devido lugar. Pronto. Agora sim. Bom dia! Arruma o quarto. Toma remédio antes que a dor piore. O dia começa. Amanhã tem prova. Liga o computador. Assim mesmo, de pijama. Na página inicial vê uma notícia de tempestade. Ô Deus, então cuide daquelas pessoas, sim? Acha a matéria da prova. É muita. Desânimo. Chico lhe chama e então abre o reprodutor de músicas. João e Maria. É, "e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz, e você era a princesa que eu fiz coroar". Rele alguns e-mails. Que saudade. Vai até a página de horóscopo "relacionamentos em boa fase". E essa ironia hem? Olha aquela foto. Mais uma vez, como se fosse a primeira, acha lindo aquele sorriso. Queria para si. Que vida viu. Vai até a sala e pega o telefone. Alô? Mãe? Viu, eu não to feliz, bem queria estar mas o que você me sugere?  Sim, é, eu to tentando. Ah, não, o problema não é ele, já o libertei. Claro que eu amo meu curso, não é isso o problema, mãe. Não to chorando. Não. Eu só queria um lugar meu, se é que você me entende. Tô precisando de um emprego, mãezinha. Sei, sou determinada, não vou desistir. Você tá comigo, além de mim mesma? Tô com saudade. Quando eu chegar vamos sair para tomar água de côco? E a Maria Luiza? Tá indo bem na escola né? Dê-lhe um beijo meu. Papai me ligou, sim. Viu, vou desligar, só liguei para dizer que ainda procuro acertar as coisas. Não chora, mãezinha, eu vou me virar. Tchau. Te amo viu? Obrigada por me amar de volta. Volta para as provas. Estuda um pouco. Olha para a rua e procura o sorriso dele em outros rapazes. Ah, droga. Que isso, ele não é meu. Olha umas fotos. Aquele dia foi feliz. Aquela amiga, ah, que amiga. Sente uma necessidade enorme dela. Será que ela sabe da importância que tem pra mim? Desculpa, é que eu sou tão você que me preocupo, só isso. Você, está comigo pro resto da vida. Volta para a Publicidade. Viu, vou aprender a vender. Vou convencer os meus clientes. Mas, viu, tem jeito pra me convencer com a vida? Me ensina a ser meu próprio cliente. Quero me convencer sempre, a cada dia, que o que eu tenho vale ouro. Se você é um ótimo publicitário tem que vestir a camisa do cliente. Olha só, vou vestir a minha, vou acreditar que tudo o que eu tenho, é tudo o que preciso para o meu sucesso. É que a gente começa com pouquinho né? Ninguém nasce um publicitário nato, nem eu nasci experiente na vida. Oi, ainda to aqui embaixo, mas logo chego aí em cima tá? Tá bom, eu não vou desistir. E quando eu chegar aí vou ser tão agredecido. Ixe, já é quase hora do almoço. Chega de cotidiano de sentimentos.

domingo, 19 de setembro de 2010

A mesma coisa.

Hoje foi um dia que eu sentia falta.Não sei, sentia falta e não sabia. Ter visto as meninas, conversado, me fez perceber que já passei por coisas muito boas ao lado delas e que me fazem falta. Então o tempo passa, as coisas mudam e se a gente deixar passar, passou. Não quero assim, não gosto assim. 
Sinceramente, o que eu estou fazendo com a minha vida? Com minhas vontades? Se essas palavras soarem desesperadoras, bom, tudo bem. Acho que preciso mudar muita coisa, preciso reciclar meus planos. 
Ah que conversa clichê, to ligada. Mas o que eu posso fazer, jesus crazy?

sábado, 4 de setembro de 2010

Delícia de amizade


Umas bonecas viu. 
Saudade enorme viu.
Lembranças incontáveis viu.
Meu porto seguro, o de sempre, viu.