domingo, 23 de outubro de 2011

Não sei dizer se foi amor (mas foi).

A hora de falar com você iria chegar, sempre soube.
Hoje eu sentei e reli todos aqueles textos que fiz quando estávamos juntos. Eu era apaixonada demais por nós dois, mesmo tendo te conhecido tão aleatoriamente.
Sabe que eu cresci muito contigo, mesmo te rotulando de maconheiro irresponsável. Vivia falando para as minhas amigas que tinha medo, que talvez não fosse o certo... mas que nada, eu só queria saber de te encontrar. Me sinto um pouco clichê ao dizer "rolou química", porém a verdade é essa. Sempre rolou todos os tipos de combinação entre nós dois, principalmente física.
Você chegou no meu primeiro ano de faculdade, chegou quando eu queria começar a viver de forma mais "eu". Sei que as nossas ideias andavam em contramão muita vezes, ou quase sempre. Enquanto eu defendia o amor, você tentava me explicar que o "estar junto" era mais importante do que nutrir um sentimento rotulado pelas mulheres. Enquanto eu tinha medo de fazer qualquer coisa diferente, logo você surgia querendo me levar de madrugada para o parque e ficar dando uns amassos até minha vontade ser maior do que qualquer limitação. E eu tinha muitas, moralmente falando... 
Carregava comigo a besteira de ter vergonha por ser virgem, enquanto você, no mínimo, já sabia disso e estava tentando fazer eu mudar de ideia sem que eu soubesse. E é sério esse lance do sexo, pode acreditar, antes de você nada muito diferente havia acontecido comigo. Mas quando você chegou, aí sim tudo mudou. Com você eu conseguia explicar literalmente que sentir tesão era a melhor coisa desse munto, com você eu chegava a surtar de vontade... E sua responsabilidade começa logo aí. Foi com você, Marcos, que libertei todo o meu instinto sexual, bregamente falando. 
Aos poucos, decorando seu discurso libertário, ia enxergando o quanto /con//poderia ser bom. E talvez aqui caiba um agradecimento, algo como "Obrigada por libertar meu lado sexual". 
Mas não foi só nisso que se baseou nosso relacionamento, mesmo que tenha sido curto. Em nós dois eu encontrava diferenças bonitas, ou seja, eu poderia fazer uma cartilha com toda a sua teoria sobre homens x mulheres, sobre relacionamentos, sobre drogas, sobre ser feliz. 
Mais uma verdade dessa história: eu gostei tanto de você pelo simples fato de perceber que ao seu lado eu poderia pirar. Que a gente se curtia em uma vibe inexplicável, que eu me desprendia de todos os valores para te acompanhar... e sem arrependimento!
Nós ficamos enrolando tanto que por fim nos perdemos. Isso mesmo, sem saber muito o porquê foi que nos afastamos. A história parou pela metade sem que eu conseguisse entender qualquer questão. 
Senti sua falta mais do que qualquer falta que já havia sentindo, sem brincadeira. Desde então tenho guardado essa história comigo, que talvez só faça sentido para mim. Não sei dizer bem se foi amor (e essa frase você me disse certa vez), mas a única coisa que eu sei, porra, é que a merda da minha mente ainda guarda todas as nossas conversas. Ela também guarda o som da sua voz chamando o meu nome, guarda os movimentos usados em cada beijo nosso, guarda as noites inesquecíveis, guarda toda e qualquer relação com aquilo que um dia chamei de relacionamento. Eu tenho 21 anos e desde os 19 você vem ocupando um espaço que nem sei em que momento lhe concedi. 
Já sei de cor tudo o que você tem para me dizer, algo como "Pô Carolzinha, você é parceira, foi legal e tal, mas já passou... a gente não deu certo junto". E, sinceramente, nada disso que você disser vai me machucar, porque eu concordo em partes. Não tem ninguém aqui querendo pegar retalhos, muito menos querendo curar dores de amor, aliás eu superei o fato em si há muito tempo. Mas não superei a saudade, sentimento esse que acho difícil um dia deixar de existir.
Só estou lhe escrevendo para dizer que de vez em quando me bate a maior saudade desse mundo inteiro. Para dizer que lembro de você, doidinho, de uma maneira bem especial. Confesso que tenho vivido casos amorosos intensos, bem complicados eu diria... mas o nosso foi o mais legal que já tive até hoje :) Não existem caras mais experientes que superem a sintonia legal dos nossos 20 anos, não há performance melhor do que aquelas horas intermináveis de amassos que tínhamos, não há filme premiado que supere os água com açúcar que íamos assistir no cinema... simplesmente não há!
Você pode guardar alguma mágoa minha, ou pior, não nutrir nada pela minha pessoa, mas essa também não é uma questão que me importa... pois é, tenho aprendido a viver, boy. 
Se a saudade não bate na sua porta, tudo bem, mas só de você saber que ela me visita já fico aliviada. E se puder, também saiba que fico nervosa se é mencionado qualquer associação à sua pessoa, como se ativassem "momentos bons" em minha mente. 
Supere a sua aversão ao sentimentalismo e entenda que na minha vida você ficou.
Muita energia para você. Um beijo com muita saudade e amor (não sei dizer bem se foi amor).