quinta-feira, 26 de abril de 2012

Lembro e dói

Nessa chuva que quase chego a pedir um anti depressivo é que me mato de saudade e nostalgia. Bobeira pouca para uma moça como eu. 
Me traio quando releio alguns textos feitos em 2009 e 2010. A verdade é bem essa, parece que estou sendo desleal comigo mesma. Não preciso sentir, novamente, a dor daquela época - mesmo que por alguns minutos. Mas é bem isso o que acontece, parece que alguém está colocando a mão no meu peito e remexendo tudo o que existiu lá dentro. A gente acha que superou, que por ter passado muito tempo já tá tudo certo. Comigo não. Comigo, por mais que pareça resolvido, por dentro ficar em "carne viva". E agora, 11:27 de uma quinta feira de Abril, quase morri de dor quando relembrei momento a momento vivido com ele. Parece que foi ontem que estive ao lado dele de tão intensa que foi a lembrança. 
Queria tanto que fosse bonito lembrar dele, mas ainda é ruim. Não sei se é a saudade ou o sentimento eterno de ter perdido-o para o nada, ou apenas para a vida. No final foi tudo tão corrido, cheio de mágoa e frases duras. Mas então me vem a cabeça aqueles primeiros dias, todos bonitos. Dias em que você fazia eu enfrentar a rotina de maneira mais leve. Dias em que eu sorria sozinha porque sabia que a gente se dava bem e era tão bom poder lembrar disso. Segurança ilusória talvez, mas reconfortante. 

Te lembro tanto que não saberia nunca explicar como é, talvez por sentir muita dor.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Seu dia

Eu queria que hoje meus cumprimentos fizessem parte do seu dia.
Sei lá, talvez um 'parabéns' rotineiro ou até mesmo uma surpresa bacana. Lembro-me de quando perguntei o dia do seu aniversário. Mês de abril e eu com as minhas nóias de signo. Mas já tem tanto tempo que a gente mal se vê, quem dera poder ter intimidade para um "feliz aniversário". E olha, menino, a vida já andou um monte e ainda mantenho essa lealdade contigo. Bobeira.

Feliz aniversário, doidinho.

domingo, 22 de abril de 2012

De encontro

Foi tão alivante e brega quanto a luz no fim do túnel.
Não enxergar o sorriso por causa dos raios do sol me trouxe uma sensação muito agradável. Coloquei as mãos para tentar fazer sombra e então consegui avistar a minha liberdade, avistei você. Você sorrindo e levando luz para onde quer que fosse, assim, de uma maneira tão única. Eu não sabia que a liberdade significava ser sua, mais do que isso, não sabia que eu estive  presa durante todos os anos anteriores.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Quando nós "nos deixamos".

Deixei-o ir embora.
Não acenei, não fui atrás e muito menos implorei. Se pudesse retratar esse acontecimento em cenas reais, seria mais um daqueles dramalhões cults, onde a moça esquisita e bonita fica sentada e olhando o moço ir embora. Eles, antes da separação, ficam se encarando, mas não é dita uma palavra sequer. Na verdade ela mais desvia o olhar para outros pontos focais, enquanto que ele fixa o dele em seu rosto, na espera de uma tentativa de volta. Ele se levanta meio desajeitado e sai andando em direção oposta. Ela continua do mesmo jeito, sem mexer uma parte do corpo, apenas deixando as poucas lágrimas caírem. Ela sente a ida dele, mais do que ter que virar e presenciar a cena. Está dentro dela aquela separação. Mas a inércia é tão grande que, diga-se de passagem, naquele momento ela seria capaz de perder diversas pessoas importantes por causa da falta de atitude.
Em um ato de superioridade - falsa superioridade - ela levanta a cabeça, enxuga aquelas lágrimas e pensa consigo mesma que dali pra frente tudo vai ser diferente. Mesmo sabendo que doía mais do pudesse explicar, que dá vontade de abrir o peito e tirar aquele sentimento com as mãos.
E em seu íntimo estava a grande vontade de que ele pudesse segurar suas mãos e dizer que não ia embora, mas ele era um grande homem. Por isso, enquanto a dor da perda era grande, também tinha o prazer de ter tido em sua vida uma pessoa como ele. 

Mas dessa vez, de forma inédita, ela assumiu o posto de moça segura. Ter ficado de costas enquanto ele ia embora foi uma das suas melhores atuações, embora triste. Ainda havia amor, mas não havia vontade de prolongar o sofrimento, ela sabia que a melhor atitude seria não ter atitude. Racional demais para uma fiel representante da intensidade. E agora eles andavam em caminhos opostos, mesmo já tendo compartilhado desejos de uma vida conjunta.