segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um pouco de sentimento no cotidiano.


Abre os olhos. Sente dor nas costas, dormiu de maneira errada. Olha para o teto e sente sono. Olha para a janela, como será que está o tempo? De certo feio, pois ouviu umas trovoadas durante a noite. Sente falta de ar. É a alergia e o tempo seco, ô chatice. O ouvido dói. É, a alergia realmente chegou com tudo. Levanta-se e vai ao banheiro. Sente preguiça e vontade de olhar para o espelho durante muito tempo. Anda lentamente para a cozinha. Olha a janela e o tempo feio se confirma. Coloca água para esquentar. Tira os frios da geladeira. Senta-se e pensa na vida. A água ferve. Joga a água quente no coador. Sente o cheiro de café fresquinho. Olha a fumaça. Quase consegue sentir o gosto do café quentinho. Delícia de café. Isso sim é que é manhã. Isso sim é que é felicidade matinal. Toma café. Come pão. Se esquenta. Termina. Coloca tudo de volta em seu devido lugar. Pronto. Agora sim. Bom dia! Arruma o quarto. Toma remédio antes que a dor piore. O dia começa. Amanhã tem prova. Liga o computador. Assim mesmo, de pijama. Na página inicial vê uma notícia de tempestade. Ô Deus, então cuide daquelas pessoas, sim? Acha a matéria da prova. É muita. Desânimo. Chico lhe chama e então abre o reprodutor de músicas. João e Maria. É, "e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz, e você era a princesa que eu fiz coroar". Rele alguns e-mails. Que saudade. Vai até a página de horóscopo "relacionamentos em boa fase". E essa ironia hem? Olha aquela foto. Mais uma vez, como se fosse a primeira, acha lindo aquele sorriso. Queria para si. Que vida viu. Vai até a sala e pega o telefone. Alô? Mãe? Viu, eu não to feliz, bem queria estar mas o que você me sugere?  Sim, é, eu to tentando. Ah, não, o problema não é ele, já o libertei. Claro que eu amo meu curso, não é isso o problema, mãe. Não to chorando. Não. Eu só queria um lugar meu, se é que você me entende. Tô precisando de um emprego, mãezinha. Sei, sou determinada, não vou desistir. Você tá comigo, além de mim mesma? Tô com saudade. Quando eu chegar vamos sair para tomar água de côco? E a Maria Luiza? Tá indo bem na escola né? Dê-lhe um beijo meu. Papai me ligou, sim. Viu, vou desligar, só liguei para dizer que ainda procuro acertar as coisas. Não chora, mãezinha, eu vou me virar. Tchau. Te amo viu? Obrigada por me amar de volta. Volta para as provas. Estuda um pouco. Olha para a rua e procura o sorriso dele em outros rapazes. Ah, droga. Que isso, ele não é meu. Olha umas fotos. Aquele dia foi feliz. Aquela amiga, ah, que amiga. Sente uma necessidade enorme dela. Será que ela sabe da importância que tem pra mim? Desculpa, é que eu sou tão você que me preocupo, só isso. Você, está comigo pro resto da vida. Volta para a Publicidade. Viu, vou aprender a vender. Vou convencer os meus clientes. Mas, viu, tem jeito pra me convencer com a vida? Me ensina a ser meu próprio cliente. Quero me convencer sempre, a cada dia, que o que eu tenho vale ouro. Se você é um ótimo publicitário tem que vestir a camisa do cliente. Olha só, vou vestir a minha, vou acreditar que tudo o que eu tenho, é tudo o que preciso para o meu sucesso. É que a gente começa com pouquinho né? Ninguém nasce um publicitário nato, nem eu nasci experiente na vida. Oi, ainda to aqui embaixo, mas logo chego aí em cima tá? Tá bom, eu não vou desistir. E quando eu chegar aí vou ser tão agredecido. Ixe, já é quase hora do almoço. Chega de cotidiano de sentimentos.

Um comentário:

Anônimo disse...

te quero sempre feliz e sorrindo. por favor, não esquece que eu estou aqui. te amo.