quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Troca errada.

Ele mal sabia dessa minha alucinação para ter um filhinho hominho, quase vontade louca sem um porquê consciente. Mal sabia que gosto de cozinhas branca e com flores que inspirem simplicidade. Nem imaginava que se for para morar na praia, prefiro aquelas com cerquinhas que dão direto para a areia. Não sabia que gosto de almofadas com cara de vó, sabe aquelas bonitinhas? Nem que se eu pudesse faria uma coleção de canecas de porcelana, porque acho que o café fica até mais gostoso. Também não sabia que tenho mania de ficar balançando o pé até pegar no sono - e que só durmo se sentir frio e calor ao mesmo tempo. 
Ele não imaginava como as coisas funcionavam por aqui, mas eu sabia que ele gostava de viajar sem muita programação. Sabia que a cor verde era sua favorita. Sabia que ele acreditava mais em momentos do que na propagação do dito cujo "amor". Sabia que ele só dormia se estivesse conferido que as portas estavam trancadas. Sabia que ele pretendia se casar apenas uma vez e que precisaria ser na praia. Sabia que ele perdia a paciência com crianças grandes, mas que ficava todo bobo com um pequeninho do seu lado. Sabia que gostava de comer massa mais do que tudo, mas que nunca trocaria um churrasco por comida japonesa. Sabia que ele tinha uma coleção de livros sobre cinema e que adorava "Trainspotting". Sabia que apesar de gostar de Rock, nunca deixou de valorizar o bom e velho samba.
Mas havia um erro grande nesse relacionamento, era a comunicação. Embora cada um tentasse passar sua mensagem, o que valia mesmo era aquilo o que o outro decodificava. Isso é o que consegui decodificar dele, enquanto eu nem desconfio qual a mensagem que passei. Mas imagino que não passe perto de tudo o que escrevi por aqui. Só imagino.

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