quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vá as compras, meu bem.

” Quando você me disse que iria embora, bom, eu fingi na hora acreditar. Pegou suas coisas, me deu um beijo rápido e disse “tchau”, assim, como se estivesse indo fazer compras. Eu sentei na sofá, liguei a televisão e então começou a tocar aquele seu DVD preferido. Não, você ia voltar. Fui até a cozinha, que só para mim era enorme, e comecei a fazer uma janta para nós dois. Fiz co,m todo cuidado possível e confesso que naquele dia a comida havia ficado deliciosa, você iria se orgulhar.
Um amigo seu ligou e eu disse “Não, mas logo ele volta e eu dou o recado”.  Acabou a novela e não havia ninguém querendo disputar o controle comigo, não havia ninguém para ir buscar chocolate na cozinha. Quase acordei. Mas resolvi assistir um filme e logo no começo peguei no sono. Dormi. Acordei no meio da madrugada e senti frio. Ué, mas onde estava meu amor? Por pouco não acordei de verdade, mas resolvi voltar ao sono e esperar você. Enfim, amanheceu e acordei sozinha, você não havia voltado. Um frio além do normal, um rosto com lágrimas e uma verdade: você não voltou, você não iria voltar. Então acordei de verdade, abri os olhos do meu coração e percebi que a realidade nunca havia me dado você. Percebi que na maior parte do tempo eu fiz tudo por mim, pela minha felicidade e que você quase nunca havia feito por nós.
Mas e agora? O que seria dessa realidade sem você? Foi você quem me ensinou a sonhar, quem me ensinou a querer mais e a seguir em frente. Por que você não volta e deixa a ilusão pra lá? Eu me engano por nós, eu aprendo, eu te ensino, eu sou burra, eu sou louca por você. Tudo bem, essa mania era minha e aprender a conviver com ela seria problema meu.
De uma maneira muito involuntária eu ainda espero você voltar das compras. Espero abrir a porta, ver um sorriso bonito e várias sacolas. Dentro das sacolas estariam o que faltava para você ser meu de verdade. Por isso eu deixei e deixo você ir embora, quero que você busque algo para ser feliz e se voltar é porque precisa, realmente, dividir sua felicidade comigo. “

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